O mundo digital e físico
Princípios de design verde que todo designer pode usar para combater as mudanças
climáticas.
Atualmente estamos em uma situação neo-esquelética: estamos alimentando uma crise climática que destruirá a capacidade da humanidade de viver neste planeta que chamamos de “casa”, e estamos muito conectados à tecnologia para perceber e para fabricantes de produtos digitais, isso tem implicações interessantes.
Quando pensamos em combater as mudanças climáticas, vem à mente a reciclagem ou ir de bicicleta para o trabalho, mas não o UX que projetamos diariamente. Afinal, experiências e produtos digitais não parecem poluentes. Os computadores são elegantes, independentes, inodoros e sem gás.
Mas se a internet fosse considerada um país, seria o 7º país mais poluente do planeta. A pegada de carbono de nossos gadgets, a internet e os sistemas que os suportam estão no mesmo nível das emissões de gases de efeito estufa do setor aéreo — e devem dobrar até 2025.
Aplicativos projetados para nos conectar agora levam a jantares tranquilos em família com pessoas grudadas em seus telefones. Rodovias construídas para unir cidades, em vez disso, dividem comunidades de longa data. Como as pessoas que criam as experiências digitais que exigem tanta energia, devemos repensar nossos métodos e resultados. Caso contrário, somos cúmplices.

As consequências não intencionais de projetos mal produzidos.
O trabalho de todos os fabricantes de produtos é construir conscientemente, criar soluções para problemas perversos e praticar “design thinking” geralmente é um processo de conscientização, ele inicia quando identificamos os pontos de dor do usuário, e procuramos soluções existentes e como podemos evoluí-las com elegância.
O design ruim geralmente resulta de uma falha em explicar o invisível, viés inconsciente, de contextos históricos, e dinâmica de poder. Normalmente vemos apenas as consequências dessas forças invisíveis. Essa mesma invisibilidade faz parte do que impede o design sustentável, as águas poluídas, céus enegrecidos, correntes de ar, expectativa de vida reduzida, e os fabricantes de produtos ocidentais continuam ricos e tendem a ser protegidos da crise climática gerado por eles e para a qual nossos projetos contribuem diretamente.
O avanço da indústria não precisa ser feito às custas dos menos afortunados, enquanto a indústria bovina avança com suas fazendas, os povos indígenas têm suas terras arruinadas e os povos atacados direta e indiretamente, e tanto nos Estados Unidos quanto na Europa, uma diferença de riqueza racial crescente cria um duplo golpe para as comunidades de cor. Os bairros mais acessíveis geralmente têm a pior qualidade do ar (68% dos negros americanos vivem a 48k de uma usina a carvão), prejudicando a saúde das pessoas e encurtando suas vidas.

Soluções e ideias
Precisamos de maneiras melhores de visualizar nosso impacto, como ferramentas que quantifiquem a emissão de CO2, o que é o caso de um aplicativo que faz essa quantificação e dispõe soluções. Caso contrário, provavelmente perpetuaremos um ciclo de impactos negativos em nosso design.
Um dos melhores antídotos é a interseccionalidade, ela no design sustentável pede que tomemos a ideia de projetar para uma inter-relação ideal entre os elementos e amplia a lente para incluir as comunidades, sistemas e ambientes em que nossos projetos vivem, e as soluções interseccionais são aquelas em que ao abordar um problema (como as mudanças climáticas) você pode abordar outros (como o preconceito de raça ou classe) e vice-versa.